Estalo |
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Crônicas e resenhas. Críticas e elogios. Bom humor e chateações. Visões. Observatório. Pensamentos soltos. De estalo !
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sábado, fevereiro 09, 2002
Fique de olho ao comprar no supermercado Goste ou não, o supermercado faz parte da sua vida. Da minha, quase que diariamente. Moro perto — muito perto, por sinal — de um deles; dia sim, outro também, vou buscar algo lá. Pode ser pão, leite ou uma bandeja de bife. Queijo, repelente ou uma garrafa de vinho argentino. Sempre há algo faltando. E a própria comodidade de ter uma loja a poucos passos, aberta até 10 da noite, de domingo a domingo, torna irrelevante qualquer lacuna na despensa. Por fazer tantas compras esporádicas e pequenas, e pelo hábito irremediável de olhar bem o preço de cada produto, descobri algo absurdo. Que o mercado em questão, voluntariamente ou não, provavelmente embolsa o dinheiro de clientes desavisados ou complacentes. Falo do Mercadorama, vinculado ao Sonae, empresa de capital português, sediada em Porto Alegre, e dona do hiper Big. Explico. Semana passada fiz uma compra de seis itens. Isso mesmo: seis itens. E dois deles ( 33%) exibiam na prateleira um preço bem inferior ao registrado pelo leitor ótico. Se eu não percebesse, não reclamasse, não comprovasse que tinha razão, voltando às gôndolas, teria que pagar R$ 1,60 a mais no total. Parece pouco ? No dia seguinte, fui buscar um filtro de café e outros três produtos. Na caixa, o filtro Melitta custava R$ 0,52 a mais. Novamente o ônus da prova coube a mim. Lá fui eu com uma fiscal para comprovar que a gôndola expunha R$ 1,25 e não os R$ 1,77 exibidos na tela. Lembre-se: foram apenas quatro produtos. Um erro em quatro, 25%. Faça o seguinte cálculo: se a cada compra este mercado ganha de R$ 0,50 a R$ 1,60 , como aconteceu comigo, quanto não ganhará por mês ? As velhas etiquetas, por mais que pareçam um atraso, nunca foram tão necessárias para o consumidor. Quando dizem que o custo com a etiquetagem terá que ser repassado ao consumidor, os mega varejistas apenas estão atacando o ponto fraco da opinião pública.Tïpica chantagem. Bem alertas, portanto. Como diria um velho personagem do Jô , o gordo-propaganda do Big: " Eles pensam que eu sou palhaço, eles querem me fazer de palhaço, mas eu não sou palhaço ! " sexta-feira, fevereiro 08, 2002
Olivetto e eu A essa altura você já deve ter pensado que conheço pessoalmente o dono da W Brasil. Não, jamais o encontrei, nem profissionalmente. Tampouco sou publicitário, nem muito menos sequestrável — embora a violência urbana tenha evoluído de tal forma que, hoje em dia, qualquer cidadão, modesto que seja, é potencial vítima de sequestros relâmpagos. Então: o que há em comum entre Olivetto e este modesto escriba ? Pouco, não fosse a revelação, surpreendente, da identidade do bando que o manteve 53 dias confinado . Todos eles, sequestradores/guerrilheiros/criminosos, vêm do Chile, país que corre nas minhas veias miscigenadas. Filho de mãe chilena e de pai brasileiro, desde criança convivo com a estranheza diante de meu nome, Juan. Dá para contar nos dedos quem o entende de primeira. Tive uma namorada que, vejam só, levou um mês para descobrir que Juan começava com J — e não com R. Erro cometido por 9 entre 10 pessoas que anotam meu nome. Sempre tenho que dizer: — É com "J" ! — Ah, é Ju-an —, exclamam, pronunciando o nome com o "J" aportuguesado. Irritante. Mais tarde, quando já estava na faculdade, o assunto Pinochet era recorrente. Sempre gostei de falar de política. Só me aborrecia quando alguém fazia parecer que a tirania fora exclusividade do Chile. Não, que isso !, no Brasil não tivemos nenhuma ditadura sufocante e sanguinária... Voltando a sequestro. Posso imaginar as piadinhas ou menções irônicas, com as quais terei que conviver sempre que alguém conhecer minhas origens. Vou ter que engolir, claro, com todo bom humor... E, quem sabe, lembrar da morte estúpida de Peter Blake... quinta-feira, fevereiro 07, 2002
O nome do blog Tarefa complicada a de escolher um título de blog. Não para um weblog qualquer. O seu blog. O meu, no caso. Pensei em vários. E todos já existiam. Quer um exemplo ? Bla bla bla! Já fora criado. E por um gringo. Assumi minha falta de imaginação recorrendo a um dicionário... É prazeroso abri-lo sem pressa, sem qualquer urgência, descobrindo ou relembrando palavras. Atimia. Você sabia que atimia é a ausência de manifestações afetivas, comum a esquizofrênicos ? Pois foi assim, de folha em folha, que cheguei a "estalo". É esse o nome, pensei. Gostava também de átimo. Mas tinha que escolher e fiquei com a primeira. Que casa bem com o espírito do blog, cujo dono só escreverá quando der o estalo. De estalo. < |