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Crônicas e resenhas. Críticas e elogios. Bom humor e chateações. Visões. Observatório. Pensamentos soltos. De estalo !
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domingo, fevereiro 01, 2004
 
ok

sábado, março 30, 2002
 
Estaleiro

Por tempo indeterminado, o Estalo vai para o estaleiro.

O trocadilho pode ser infame, reconheço.

Trata-se, porém, da expressão absoluta da minha verdade.

Até.

 
"Gabi Navarro"

Estou no Rio para rever minha família, especialmente minha mãe, aniversariante da semana.

Aproveitando a viagem, pensei, pensei mesmo, em conhecer o pessoal dessa comunidade blogger.

Mas não será desta vez que todo mundo terá o prazer - ou seria desprazer ? - de me ver. Não me perguntem as razões.

Talvez a Gabi Navarro, aquela personagem que todo mundo pensava não existir, seja eu. :)



 
Dengue

Mal cheguei ao Rio e já fui picado por um mosquito de hábitos diurnos.

Será o da dengue ?

Semana que vem saberei.

terça-feira, março 26, 2002
 
Resenha sobre o Black Rebel Motorcycle Club

Quem quiser conferir, visite O Bule.

sexta-feira, março 22, 2002
 
Canção adorável

Beatles dos anos 90 não deixa de ser um rótulo pretensioso, mesmo para o Oasis.

Sobra presunção em Noel Gallagher, guitarrista e compositor do grupo de Manchester.

E um tanto de talento, ainda que não na mesma proporção.

Noel tem momentos iluminados, em que baixa um pouquinho o santo de Lennon.

Um deles é "Whatever".

Tá esperando o que ?

Vai lá no Morpheus e baixe enquanto é tempo.


 
Whatever, Oasis

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

I'm free to say whatever I
Whatever I like
If it's wrong or right it's alright

Always seems to me
You only see what people want you to see
How long's it gonna be
Before we get on the bus
And cause no fuss
Get a grip on yourself
It don't cost much

Free to be whatever you
Whatever you say
If it comes my way it's alright

You're free to be wherever you
Wherever you please
You can shoot the breeze if you want

It always seems to me
You only see what people want you to see
How long's it gonna be
Before we get on the bus
And cause no fuss
Get a grip on yourself
It don't cost much

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

Here in my mind
You know you might find
Something that you
You thought you once knew
But now it´s all gone
And you know it's no fun
Yeah I know it's no fun
Oh I know it's no fun

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

Whatever you do
Whatever you say
Yeah I know it's alright

Whatever you do
Whatever you say
Yeah I know it's alright.

 
Sandy, a terceira mais sexy dos brasileiros ?

Sei que a notícia é antiga.

Todo ano, a VIP faz uma pesquisa em que os leitores elegem as 100 mulheres mais tesudas.

Não leio a VIP, devo advertir — i'm not very important.

O fato é que uma edição da revista caiu nas minhas mãos numa sala de espera qualquer.

E descobri a quantas andas o discutível gosto dos machos brazucas.

Pelo terceiro ano consecutivo, a morena do É o Tchan é a número 1.

O vice coube à loura do Tchan; o oitavo lugar, à Xuxa Meneguel.

Surpresa mesmo foi descobrir a terceira mais sexy. Sim, ela mesmo, Sandy.

Cá entre nós. Eu me sentiria um pedófilo se pensasse em sexo com a irmã do Junior.

 
The shadow of the vampire

Nào sei se foi o efeito de um drink, ou o início da madrugada.

O certo é que A Sombra de Um Vampiro me deu um sono daqueles.

E o filme trata de um tema atraente para qualquer cinéfilo, a filmagem de Nosferatu, de Murnau, pule de dez em qualquer lista responsável que selecione as produções mais importantes em qualquer tempo.

O filme é um pouco arrastado, apesar da soberba atuação de Malkovich (será que o cineasta alemãol era tão afetado assim?).

William Dafoe está perfeito - mal o reconheci.

Confiram e digam se eu que estava com sono.



 
Suderj informa

O dono do Estalo deve estar no Rio para a semana que vem.

Convites para beber uma cerveja e conhecer TODO mundo desse bizarro universo blog são bem-vindos.

 
Frrrrrrio

Tanto reclamaram os curitibanos do calor que, em questão de 24 horas, a temperatura despencou mais de 8 graus Celsius.

Vai começar meu calvário.

:)




terça-feira, março 19, 2002
 
Black Rebel Motorcycle Club

Quatro palavras, uma banda. E que banda.

Tem tudo para ser uma das grandes de todos os tempos.

Baixei o CD deles ontem e estou me deliciando.

Sugestão para download?

Fique com essas duas: " What Happened with my Rock'nRoll" e "Love Burns".

segunda-feira, março 18, 2002
 
Gatos vilanizados

A mulherada que bloga ali e acolá vai detestar a comédia "De Cães e Gatos".

Produção infantil com ares de filme de espionagem, "De Cães e Gatos" mostra o velho embate entre os mais populares bichos de estimação.

Os caninos, claro, são os mocinhos. Já os felinos ficam bem mal na fotografia.

Já confessei aqui que nunca fui muito apegado a latidos e miados.

Mas o Beagle que protagoniza o filme é uma graça.

Não fosse um destruidor de móveis, bem que consideraria a hipótese de trazer um filhote daqueles pra casa...



sábado, março 16, 2002
 
A grande M do Rio

Gustavo Almeida, do Blogus, faz uma importantíssima pesquisa de opinião. Quer detectar a maior M do Rio.

A ele mandei três grandes emes:

1) O canal, digo valão, na Presidente Vargas, aquele que vai da Praça 11 até a Francisco Bicalho. Podre!
Literalmente uma grande merda que prefeitura alguma muda.

2) Obras de calçamento no Centro do Rio. Para mostrar serviço, todo prefeito inventa reformas no local. Assim é desde a (con) gestão do Saturnino Braga. Rua da Quitanda e Sete de Setembro, ali na meiuca do Centro, é o alvo predileto. O que um prefeito faz, o outro desfaz. Põe pedra portuguesa, tira-se pedra portuguesa. Faz-se calçadão, desfazem calçadão... E os pedestres sifu ! Eme das emes !

3) O sistema de áudio-falantes do Maracanã. Eme que já virou folclore. Ninguém consegue entender as substituições anunciadas. Virou piada!

Diz o Gustavo que o terceiro item melhorou bastante. Tenho que lhe dar crédito. Até mesmo porque, por dever de ofício, ele anda muito melhor informado. E, como "desertei" do Rio, já faz tempo que não vou ao Maraca...



 
Homem quer mesmo é 'descabelar' o palhaço ?

Já que citei o Homem é Tudo Palhaço, aproveito para reproduzir aqui um comentário que lá deixei.

Escrevi que o nome do blog logo me remete a um amigo, que volta e meia soltava essa:

— Hoje é dia de descabelar o palhaço !

Sinal de que tinha mulher nova na área.




 
Bizarrices

A palavra "bizarro" está na boca ( epa! ) de todo mundo. A mulherada que faz o Homem é Tudo Palhaço, só para ficar num exemplo, recorre ao adjetivo com frequência para contar histórias divertidas de um mundo estranho e extravagante.

Quando ouço a palavra, confesso, imediatamente lembro de Jack Palance, em "Acredite Se Quiser".

Um programa sobre o bizarro. E que deixou saudades.





 
Histórias de buzum

Daniele Dreule, do Pizza no Divã, volta e meia relata fatos hilários acontecidos em buzum (hilários para quem lê, não para quem estava nele).

Isso me faz lembrar de algumas passagens antigas...

Como o da festa de aniversário num ônibus.

Sim, pode parecer inacreditável.

Voltava para casa no 600, num sábado à noite.

De repente, sem mais nem mesmos, uma turma de 15 pessoas se aboletou na parte traseira do veículo.

Com pandeiros, salgadinhos, cerveja em lata, bolo e uma animação de levantar defunto.

Ali mesmo festejaram. O repertório, claro, foi samba e pagode.

Até que foi divertido. Ou, talvez, era eu que estava de bom humor...

 
Dengue

Que desgraça isso.

Acho que no Rio não há uma pessoa sequer que não conheça pelo menos duas ou três que padeceram dos males dessa epidemia que tem pai, tio e avô .

Meu pai e meu irmão, por exemplo, já ficaram doentes. O mal agora deixa prostrado dois popularíssimos blogueiros - Lilian Sapucahy e Cláudio Motta.

Que nas eleições deste ano ninguém esqueça disso.



 
Nelly Furtado

Linkando o Ludovico, da quase famosa Iabela Bastos (no Gravatá, hein!), descobri que ela também anda cantarolando Nelly Furtado.

Mera coincidência. Ou não.

Na verdade, descobri a existência dessa música na coluna do escriba pop Lúcio Ribeiro, da Pensata.

Semana passada ele reproduziu um inspirado texto do autor de Alta Fidelidade, Nick Hornby, que praticamente se derramou por "I'm like a bird".

Confira aqui a tradução do texto na coluna do Lúcio. Está logo no início da coluna intitulada "Bastardos".




 
Som

"Made To Last", Semisonic.

Dica da impaciente dona do Ludovico, que já se mudou de mala e cuia para o Blig!

Espero não ter que fazer o mesmo. Gosto do Blogger.



 
E por falar em bilhetinhos...

Lembrei que eu às vezes chegava com alguns anotados pela Eunice, secretária lá na assessoria.

E quando a jornalista era muito insistente ela nem anotava o nome do jornal, porque eu já sabia.

Exemplo: "Cyntia ligou".

Cyntia era uma repórter de São Paulo, do Valor Econômico...

E na pressa do dia-a-dia, às vezes colocava - e esquecia - o recado no bolso.

Nunca tive dor-de-cabeça em casa por isso. Ainda bem.



 
Piadinha da web

Recebi uma agora que normalmente consideraria spam e nem leria.

Mas como veio do meu irmão, dou uma colher de chá e reproduzo aqui no Estalo, até mesmo porque já vi alguns pedidos meus de fotocópias serem atropelados por outros de secretárias, digamos, persuasivas...

Imagine a cena: uma esposa de um rapaz do setor de fotocópias vai lavar a camisa de um deles e se depara com um desses bilhetinhos. Confusão na certa...

Memorando enviado às secretárias pelo Gerente de Recursos Humanos, a respeito dos bilhetes recebidos pelo Setor de fotocópias, solicitando xerox:

Memorando Interno:
Recomendamos a todas as mulheres da empresa, que ao solicitar xerox através de bilhetes, que o façam com propriedade e com frases completas. A grande maioria dos bilhetes recebidos têm causado alguns problemas aos nossos colegas de trabalho, colocando em risco, inclusive a paz nos seus lares, quando por acaso esquecem os bilhetes nos bolsos de suas roupas.
A título de exemplo, transcrevemos algumas dessas solicitações de cópias:

1) Márcio, seja bonzinho... faça igual a última vez... please!
2) Joãozinho... quero quatro rapidinhas!
3) Zeca, hoje eu tenho que ser a primeira, porque estou mais necessitada...
4) Toninho, tira o mais rápido possível, porque o gerente também vai querer!!
5) Paulo, quero dos dois lados e presta atenção, atrás tem que caber tudo, viu?
6) Pedrinho, por favor... coloca na frente pra mim... vai ??
7) Gil, presta atenção, estou muito angustiada... estou atrasada!
8) Robson, por favor, devagar, com carinho, porque quero bem feito.
9) Edu, cuidado! é comprido e largo... posicione direito para que não fique nada de fora, hein?
10) Alex, será que dá prá entrar no meio sem que ninguém perceba e tirar uma rapidinha?

Pra estes casos não há gestão que dê jeito....




 
Hoje tem Lotomania

Lembrei disso porque o extrato está aqui na minha frente.

Torçam por mim.

Pois como jornalista, vocês bem sabem, jamais vou ficar milionário...



 
Site bacana de cultura pop

O mais legal nos sietemas de busca é que, muitas vezes, procura-se uma coisa e encontra-se outra bem mais interessante.

Nessas andanças pela web, achei o Quadradinho, site de cultura pop produzido por estudantes da ECA-USP.

Vale a visita.

 
Ausência

Andei meio de saco cheio do Estalo...

Faltaram estampidos aqui na cachola.

Minhas escusas aos meus poucos leitores ( sem falsa modéstia, sei que são bem poucos, mesmo).

 
E por falar em sábado de sol...

Hoje não acordei com o "Bom Dia" de Chitãozinho e Xororó !

O dia promete!

 
Som no Windows Media Player

Nelly Furtado, "I'm like a bird". Bem popzinha, adolescente até, mas boa de ouvir. Gosto de sua simplicidade.

Perfeita para um sábado de sol.


quinta-feira, março 14, 2002
 
Facadas pela frente no JB de ontem

O que será mais chocante ?

A foto de um palestino dependurado levando mais uma facada de um palestino ?

Ou a manchete "PFL prepara adeus a Roseana" ?

Inevitável não estabecer alguma relação, por menor que seja, entre os dois fatos. :)



quarta-feira, março 13, 2002
 
E por falar em Flamengo...

Aqui está o link para minha coluna semanal no Flamengo Net

 
Maravilhas da web

Já que a PSN faliu e não há qualquer alternativa de ver o jogo do meu Flamengo pela Libertadores, só mesmo ouvindo a transmissão pela web.

Mas quem disse que a Rádio Globo priorizou o jogo internacional ? Só uns flashes curtinhos, durante a partida do Fluminense.

Tive que recorrer a uma rádio chilena, a Cooperativa. E está sendo muito agradável ouvir o castelhano com sotaque do Chile - terra onde mora minha querida avó.



terça-feira, março 12, 2002
 
Sol em Curitiba

Veranico em Curitiba.
Não precisa me dizer que ainda estamos no verão.
É que a estação parecia ter terminado antes.


 
Sistema de Comentários.

Acho que vou capitular. Estou propenso a abandonar o Fala Sério...

Bem que insisti ! Não serei um dos primeiros ratos a sair do navio :)))

Queria prestigiar um produto nacional, até mesmo pela atenção nota 1000 dispensada pelo Ernani, um dos criadores do sistema, quando da instalação.

Mas o Fala Sério há semanas anda muito instável. Acaba sendo frustrante.



 
Terra de Ninguém

Escrevi uma resenha sobre o candidato ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Confira no site curitibano Bule.



segunda-feira, março 11, 2002
 
Nothing lasts forever, Echo & the Bunnymen

Under skin is where I hide love
that always gets me on my knees
I want more than I can get just
trying to trying to trying to forget

Nothing ever lasts forever
nothing ever lasts forever
nothing ever lasts forever
nothing ever lasts forever


 
Já que todo mundo fez, eu também posso...





sábado, março 09, 2002
 
I can't explain

Você já acordou com uma velha canção a rondar sua cabeça?

Sem saber exatamente por que, isso aconteceu comigo hoje de manhã.

Parecia ter uma guitarra nos meus ouvidos, marcando os acordes deliciosos de "I can't explain". Na voz de David Bowie.

Engraçado isso. Tinha tempo, bota tempo nisso, que eu não ouvia essa música ou mesmo o camaleão do rock.

Tive que buscá-la no Morpheus — o K7 onde a guardara foi consumido pelo tempo.

Composição de Pete Townsend, genial e genioso líder do The Who, "I can't explain" cantado por Bowie é um dos melhores covers versions que já ouvi em minha vida.

Música que te enlaça, que dá vontade de soltar a voz medonha para cantar junto a ele.

Can't explain
I think it's love
Say it to you
When I feel blue

I can't explain, no, I can't explain

You know I can't explain
I'm going out of my mind
Well I'm a worried guy
But I can't explain


Nem sei porque ela reapareceu hoje, justo hoje.

Será pela incapacidade de explicar alguns assuntos meus ?



 
Limpeza

Retirei as imagens do blog.

Refiro-me ao jornal de Rondônia ( "Merda apaga fogo") e às capas da Veja, aquelas que destacaram as candidaturas de Roseana Sarney e Collor de Mello.

Sacumé... O Estalo não é blog para falar de escatologia... :)

quinta-feira, março 07, 2002
 
Pago pra ver

PFL longe do Governo, seja qual for ?

Abandonando TODOS os cargos em TODOS os escalões ????



quarta-feira, março 06, 2002
 
Blog é esgotamento ?

Será que todo blog está destinado ao esgotamento ?

Uma (nova) amiga diz que blogar é antes de tudo uma experiência de exposição.

Não seria este, portanto, o motivo para o cansaço de alguns extenuados ?

Mais um blog teve morte decretada, o Tolos Devaneios, lúcido e nada tolo confessionário de Rodrigo Manzano.

Ele mesmo justifica:

Este Tolos perde a razão de existência quando deixa de publicar palavra-revelação. Quando esquece a sensibilidade. Quando deixa escapar as borboletas coloridas que pousam no cimento. Hoje elas escapam. Eu dou um sorriso para o belo que vejo no feio. E o flerte para aí. Não consigo escrever mais. Não tenho tempo. Não tenho empenho. Então este blog, desavisado, se torna burocrático. Chato. Previsível. Não atrapalha ninguém, mas também não ajuda em nada.

E você, já parou para pensar até quando dura seu blog ?

 
Terapêuticos

Certa vez vi um especial sobre gatos no GNT.

No programa, pesquisadores provavam que os bichanos são ótimos para idosos e enfermos.

O simples toque no pêlo de um deles tem incrível efeito terapêutico.

 
Sem-vergonha

Sem-vergonha é o Guga. Não falo do tri-campeão de Roland Garros mas do sem-vergonha, uma figura tão simpática quanto o tenista de quem herdou o nome. Sem-vergonha é o adorável angorá dos vizinhos de porta. Que são meus parentes, embora Leonel Brizola certa vez tenha dito que cunhado não é parente.

Guga é tão sem-vergonha que quase não é chamado pelo nome. Já ficou quase íntimo deste apartamento. Vai entrando, de mansinho, passo a passo, e quando você vai ver ele já se meteu em algum cômodo. " É um folgato", exclamam seus donos quando ele vai se aconchegando no colo alheio. "É um pulguento", também dizem. As pulgas maltratam sua cabeça, onde o peludo não os alcança. Seus donos vão testar uma outra marca de coleira anti-pulgas.

Sem-vergonha não resiste ao toque de um chinelo. Vira-se todo, dócil, como a pedir: "Não pare, por favor, tou adorando". É brincalhão, também. Mas só na hora que ele quer. Gosta de bolinhas de jornal, de perseguir fitas arrastadas pelo piso. Apronta suas molecagens, também. Que o diga o caríssimo controle remoto da TV do meu cunhado. Cem pilas de prejuízo, causado pelo xixi de Guga.

Nunca fui muito apegado a miados e latidos. A convivência com a Muni, minha mulher, é que vem vencendo tais resistências. Papo para outro post.


terça-feira, março 05, 2002
 
Polaca

Comentário de minha concunhada logo que Pedro Bial anunciou a eliminação da paranaense Helena no BBB:

— Até que enfim a polaca saiu !

Sim, é assim são chamados loiros(as) descendentes de poloneses ou ucranianos em Curitiba. Que odeiam a alcunha, avisa em boa hora minha mulher ( e consultora para as esquisitices locais ) ! :))


sábado, março 02, 2002
 
A Odisséia de Ulisses

Sábado assisti em casa ao Oh my brother, where are you, dos irmãos Coen.

Sim, eu sei que o filme estreou nos cinemas no ano 2000 e chegou às locadoras no ano passado.

É que eu sou assim mesmo. Tem filmes que levo um tempão para ver, como Beleza Roubada, de Bertolucci. E outros que vejo logo na pré-estréia, caso de Dinheiro Queimado. Bom, só pude ver essa excelente produção argentina porque no final do ano me encontrava no Rio — Plata Quemada ainda não deu as caras nas três salas do circuito de arte curitibano. Mas esse é outro papo.

Voltando ao filme dos Coen.

E aí meu irmão, onde está você? é um samba do crioulo doido referencial. Os irmãos Coen misturaram a mitológica Odisséia de Ulisses, de Homero, com alguns mitos da história americana — Robert Johnson, por exemplo. Reza a lenda que o homem vendeu a alma ao diabo para ser o melhor bluesman. E as referências são muitas. O mesmo Johnson foi encontrado pelos três fugitivos logo aonde : numa encruzilhada !

O cíclope aparece na figura de um caolho John Goodman, que, nas horas vagas, participa de rituais da KKK mandando negros para a fogueira.

Outra referência à Odisséia é a presença das Sereias, enfeitiçando nossos anti-heróis, e a busca de Clooney, o Ulisses dos Coen, pelo reatamento com a esposa ( a Penélope de Ulisses). Tudo contado em tom de farsa, de comédia de erros. O resultado é um filme abaixo do padrão dos Coen mas muito superior a 95 % do cinema made in US.

É interessante pensar como uma mesma história pode inspirar produções cinematrográficas tão distintas. Ganha um doce quem advinhar a referência do sombrio e lancinante "Um olhar a cada dia", filme cabeça do grego Theo Angelopoulos.




 
O que odeio em Curitiba ?

Há semanas que me faço tal pergunta.

Sem resposta, até agora.

Não que ela tenha surgido do nada, de uma insatisfação qualquer-contra-qualquer-coisa. Nem é efeito de um surto agudo de saudades do Rio de Janeiro, onde nasci e me criei.

Quem propõe a questão é Eduardo Fenianos, o Urbenauta. Seu site promove um concurso de fotografias justamente com esse tema. Fenianos, um inquieto jornalista, realizou em 1997 a proeza de percorrer todas as ruas de Curitiba. O projeto rendeu uma bela coleção de livros sobre os bairros da capital ecológica. No ano passado, o paranaense fez uma expedição similar em São Paulo.

E você, Juan, já descobriu alguma coisa traduzível em imagens que mereça sua ira ?

Ainda não. Cheguei a Curitiba há poucos meses. E a cidade até agora não me despertou reações extremas, de amor e ódio, como as que sentia no Rio ao admirar suas praias, lagoas e montanhas dentro do carro, impotente, dentro de um gigantesco engarrafamento.

De Curitiba gosto de sua tranquilidade e invejável palnejamento urbano. De suas araucárias e clima ameno. De sua vida organizada. Não gosto dos espigões que riscam o horizonte e do frio gelado em pleno janeiro. Do bairrismo e da falta de notícias palpitantes e curiosas nas páginas de jornais. Da sensação de que é tudo muito certinho e arrumadinho. Contraditório, não?

Está perto do fim o prazo para entrega de trabalhos.

Um tema, por favor !



quinta-feira, fevereiro 28, 2002
 
Desculpem nossa falha

A competente — e normalmente sóbria — Lilian Witte Fibbe protagonizou momento absolutamente hilário em seu telejornal na web.

Para conferir a cena, que foi ao ar dia 22, é preciso o programa Real Player.

Abra aqui, avance até os 4'20'' e ria para valer com a Lilian — ou dela.

Quem me bateu a bola é o jornalista Marcos Lavieri.

 
Aleluia

Até que enfim!

Vitória do Flamengo melhora qualquer humor.





terça-feira, fevereiro 26, 2002
 
Ponto Vírgula

Jornal Nacional de ontem: A prisão de Andinho dá ponto final a uma carreira de crimes.

Ponto final ??????????????

Levando em conta a fragilidade/porosidade do sistema carcerário brasileiro...



segunda-feira, fevereiro 25, 2002
 
Cadê o sinal sonoro ?

— Bota na cara, bota no rosto, bota onde quiser !

Foi ao ar na TV Globo agora há pouco, nas vozes de dois big brothers.

Perto desse funk, "Tapinha não dói" parece canto gregoriano...




 
Belos e disformes

Fulano é um belo jogador.

Das muitas frases feitas do mundo da bola, poucas me aborrecem tanto quanto essa.

Chega a ser uma ironia. Num meio essencialmente masculino e machista, nenhum jogador é bom, ótimo, formidável, espetacular. Ele é belo.

Aparentemente tola, a idéia desse post surgiu há pouco ao ler o Plantão do Globo Online. No informe, vi a justificativa do presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, para não mexer no comando técnico da equipe.

— O João Carlos é um belo treinador e acredito no seu trabalho — declarou.

Engana-se quem achar que o adjetivo é exclusividade de gente sem qualquer preparo acadêmico. A palavra é figurinha fácil no vocabulário de cronistas e jornalistas esportivos.

Tudo bem, alguém dirá que a palavra também denomina aquilo ou aquele que desperta sentimento de admiração e de prazer.

O uso indiscriminado do adjetivo, atribuído a jogadores nem um pouco privilegiados pela natureza, continua a ser um desses mistérios insondáveis do mundo do futebol.



domingo, fevereiro 24, 2002
 
Zilda Arns

" O voluntário está dentro da gente, o que falta é ser despertado"

"A gente não precisa de Zildas, mas de lideranças comunitárias capacitadas. Estas são as pessoas mais importantes para transformar o Brasil"

" É difícil ganhar o prêmio Nobel com atitudes que promovam a paz. É mais fácil, depois que o desastre acontece [ refere-se aos atentados de 11/09/01] , premiarem os que conseguem restringir a violência, apesar de ter custado tantas vidas"


Entrevista completa com a idealizadora da Pastoral da Criança na edição 1 do PASQUIM 21 .



sexta-feira, fevereiro 22, 2002
 
Por tabela

Edmund Settle, psiquiatra norte-americano que veio ao Brasil para vários simpósios de lançamento do anti-depressivo, garante que a medicação da Glaxo funciona. Das mulheres que testaram a substância em pesquisa nos EUA, houve em média uma melhora clínica de 150% !!!

O grupo pesquisado relatou efeitos como excesso de lubrificação vaginal, aumento de desejo pelo parceiro e da freqüência sexual.

Uma espécie de Viagra, será ?

Já imaginaram o que vai ter de farmácias vendendo a medicação sem receita ?

Confira a matéria na Gazeta do Povo



quinta-feira, fevereiro 21, 2002
 
Vizinhos

— Bom dia
— Bom dia
— Bom dia
— Bom dia...
— Bom dia pro sol da manhã
— Bom dia pros homens da terra
— Bom dia irmão ou irmã...
— Bom dia pra quem não faz guerra.


Quem mandou morar justamente no andar superior ao de uma admiradora de Chitãozinho e Xororó ?

Num volume de fazer inveja a fãs adolescentes do Iron Maiden, a dupla sertaneja se esgoela em "Bom Dia", como se falasse ao pé do ouvido : " Acorde desgraçado! Seu sono de sábado acabou ! ".

Sempre que isso acontece, minha mulher não hesita. Põe o CD mais barulhento que temos em casa, aquele album negro do Mettalica, no volume 10. Em questão de minutos os irmãos caipiras se calam no andar de baixo. Isso quando não é um disco da Xuxa. E depois não entendem por que o mundo é tão intolerante.

Para ser franco, nem tive tanto azar assim com vizinhos. Mas houve gente que incomodou.

Lembro-me até hoje, com perfeição, do timbre etílico da voz de um vizinho na Rua dos Araújos, Tijuca, no Rio de Janeiro. Chegava trêbado o homem, quase arrastado. Quando isso acontecia, o pinguço dedicava um vastíssimo repertório de palavras educadas e edificantes à filha, uma moça na flor da idade que gostava de sair, namorar e curtir a vida. Como todas de sua geração.
— Pirannnnnnnnnnnnnnnnnnnha — ouvia-se em decibéis acima do tolerável.

Sim, este era o adjetivo mais suave. Difícil mesmo foi conter as gargalhadas quando ele brindou a esposa dele com um sonoro "Chefe das piranhas". Ela ficou brava comigo. Fazer o que ? Foi engraçado. Podia ter cara de qualquer coisa a coitada. Menos de dona de puteiro.

Outra história engraçada é a de um vizinho 171, num outro prédio do Rio, que, para aplicar pequenos golpes como pedir dinheiro emprestado e jamais devolver, dialogava num clima de cumplicidade:
— Cuidado. As paredes têm ouvidos — sussurrava o cara-de-pau.

Cada edifício tem sua história. Onde tem criança, cuidado. Certa vez sobrou para o parabrisas do carro, trincado. A bola de gude mais cara que já conheci: R$ 110.

Bola me faz lembrar de certa síndica, que proibiu futebol no playground quando eu ainda achava que podia ser um craque.

Foi uma das primeiras pessoas que odiei nessa existência. Vizinhos...



 
Maggi ou Knorr ?

Sopas de envelope parecem ter sido criadas para Curitiba.

Itens de primeirísisma necessidade numa capital de clima (às vezes ) nada civilizado. Rebelde, eu diria.

Não que o autor seja um zero à esquerda na cozinha. Tenho lá uma modesta intimidade com panelas e temperos.

No cair de uma noite fria e chuvosa, como a de hoje, tudo que suas estranhas pedem não é um suculento filé acebolado ou uma lasanha. É mesmo uma porção saborosa de água quente.

Problema solucionado com louvor por essa bendita invenção, as sopas da Knorr. Ou seriam da concorrente Maggi ?

Pouco importa — o creme de batata mandioquinha desceu bem, obrigado.



terça-feira, fevereiro 19, 2002
 
Atílio Borón, entrevista imperdível na Globonews

Quem tem NET não deve perder o "Milênio" desta semana, pela Globonews.

O programa traz uma entrevista com o argentino Atílio Borón, cientista político que faz uma precisa análise do desmoronamento do modelo neo-liberal na América Latina.

Confira aqui as reexibições programadas pela emissora.



segunda-feira, fevereiro 18, 2002
 
Verão estranho

Curitiba é uma cidade pacata, apesar do 1,5 mil de habitantes que fazem dela a mais populosa urbe do Sul. As maiores surpresas e agitações vêm mesmo do clima, absolutamente imprevisíveis para um carioca que chegou há poucos meses.

Agora mesmo, enquanto escrevo, sopra um ar frio, gelado, por cima do teclado. O ar-condicionado, vale a ressalva, não está ligado. Aliás, nem sei porque trouxe meu novo Springer. No Rio, o famigerado racionamento do FH fez de muitas noites de sono um inferno. Aqui, nem senti vontade de instalar o aparelho — quase um supérfluo na capital do Paraná. Penso seriamente em anunciá-lo. Aceito ofertas.

Dias antes do carnaval, acredite, tive que vestir uma encorpada meia de lã, comprada num Chile invernal. A coberta teve que ser duplicada. O seletor do chuveiro foi alterado.

Desculpe-me. Do jeito que exponho as coisas, os (poucos) leitores deste blog vão concluir, erroneamente, que calor é uma sensação térmica inexistente nestas plagas. Que nada ! É claro que faz calor. Para os curitibanos.

— Como está quente — sofrem. Tradução: uma agradável tarde de sol.

Sol muito parcimonioso, por sinal. Na cidade de Paulo Leminsky, a grande estrela dourada é a antítese do exibicionismo típico desses tempos de BBB e Casa dos Artistas. Veio conhecer Curitiba no verão e foi brindado com uma semana sem céu nublado ? Rápido, corra para a primeira lotérica e jogue na Supersena. Suas chances de ficar milionário são grandes.

Com o passar do tempo, entretanto, sinto uma gradual empatia pela marca registrada da cidade, o céu gris. Outro dia, lá pelas sete da noite, fui espectador de um arco-íris simplesmente cinematográfico. O contraste com nuvens cinzentas tinha um quê de surrealismo e dramaticidade. Foi um dia em que raios de sol e gotas de chuva disputavam furiosamente o seu lugar na terra das Araucárias.

Verão estranho, esse. Já viu o que me espera nas próximas estações. Quando me perguntam se estou me adaptando à cidade, alguns paranaenses costumam alertar, com uma ponta de sadismo:

— No inverno é que você vai ver.



 
Tarantino e os Delfonics

Jackie Brown é uma obra menor na filmografia de Quentin Tarantino e, ainda assim, ou por isso mesmo, muito acima da média do que se vê nos cinemas. Aproveitei para revê-lo sábado, na Globo, enquanto preparava uma dessas sopas de saquinho. Filme de qualidade na Rede Globo, aos sábados, é artigo raríssimo — mais incomum que gente bronzeada em Curitiba.

Nem me recordava dos detalhes do filme mas tinha vontade de rever pelo menos uma cena, aquela em que fomos apresentados, eu e a personagem de Robert Foster, ao Delfonics.

Filmes de Tarantino são um compêndio de citações. O cineasta costuma criar cenas e diálogos inusitados sobre nomes que contam com sua admiração e caíram no ostracismo, caso dos Delfonics, um grupo de muito sucesso na virada dos anos 60 para os 70. "Didn't I blow yor mind", que alcançou o topo da parada da Billboard e vendeu 1 milhão de cópias, foi a canção usada pelo diretor para sinalizar a contida paixão do detetive interpretado por Foster pela voluptuosa Jackie Brown, uma comissária de vôo que usa o ofício para lavar dinheiro de um traficante de armas.

Quando assisti a Jackie Brown pela primeira vez, o nome Delfonics ficou gravado na minha memória como um arquivo .doc num HD estável. Cheguei a procurar, sem muito êxito, o soundtrack em várias lojas. A curiosidade só foi saciada pela web.

Para quem baixar Mp3 dos afinadíssimos Delfonics, recomendo :

1- Just my Imagination ( Running away of me)
2 - Oh Girl
3 - Didn't I blow yor mind ( This Time)

Quem quiser ver alguma foto dos Delfonics ( que figuras!).
Para conhecer a discografia, nada melhor que o Amazon



sábado, fevereiro 16, 2002
 
His future is coming on

Damon Albarn é mesmo um sujeito esperto. E talentoso.

Líder do The Blur, Arbarn deixou um pouco de lado as atividades do grupo — um dos mais bem-sucedidos da cena pop-rock inglesa nos 90's — para dar vida ao Gorillaz. Um projeto que, indiretamente, pode simbolizar uma virada de página na vida do pequeno Lilão. Meu sobrinho.

Garoto sagaz de apenas nove anos, ele é o mais novo entusiasta do som do Gorillaz. Viu o clip de "Clint Eastwood" no canal de desenhos Nickdeleon, gostou e, na ultima tarde, não escondia a ansiedade de comprar o CD no shopping mais próximo, com o dinheiro da própria mesada.

Com "Clint Eastwood", o Gorillaz estourou nas pistas e rádios do mundo todo. Ganhou dois prêmios ( melhor música dançante e melhor canção) no MTV Awards europeu e deve ser novamente aclamado dia 20, na principal premiação da industria fonográfica britânica, o Brit Awards.

Tanto sucesso vai além do som contagiante. É claro que são as animações de James Hewett o que realmente despertou a atenção do meu sobrinho. Lá está a genialidade da coisa. Gorillaz é uma banda virtual, lançada na Internet, com arquivos freeware em Mp3. A banda é formada por personagens de desenhos animados, uma espécie de Digimons irreverentes e perversos. Quem vai aos shows, não vê Albarn ou o rapper Dan The Automator. Assiste a projeções com os "músicos" da banda. Tudo animação, claro. Um show sem gente de carne e osso no palco parece chato. O Gorillaz, porém, começa ainda em fevereiro uma grandiosa excursão pela América do Norte, depois do retumbante êxito em solo europeu.

Ah : nem preciso dizer que o sobrinho saiu radiante da loja. Sem saber, comprou o primeiro disco não infantil de sua vida. Um pequeno rito de passagem. Daqui a algum tempo, quem sabe, verei o próprio cavucando minha discoteca.

— Tio, vou levar emprestado o primeiro CD do The Blur, tá bom ?

Website do Gorillaz

quarta-feira, fevereiro 13, 2002
 
...Sou Mangueira...

É possível um rockeiro de carteirinha gostar da Estação Primeira de Mangueira ? É admissível que um mangueirense de coração nem mesmo conheça a quadra da agremiação e tenha frequentado a de várias outras ( Portela, Salgueiro, Estácio, Vila Isabel etc) ? O que dizer do debut no Sambódromo com as cores do Império Serrano ?

É. Sou mesmo um misto de contradições.

Nem gosto muito de samba. E desde que me entendo por gente sou mangueirense.

Tudo começou faz tempo, quando um tio botafoguense fazia uma correlação entre escolas de samba e clubes de futebol do Rio. Disse-me ele que a Mangueira era o Flamengo do futebol. Pronto. Nem sabia direito como funcionava essa história de desfiles. Não importava. Como rubro-negro, já tinha por quem torcer.

À medida em que os anos passavam, o gosto pela escola só aumentou, até mesmo por influência familiar — Cartola e Nelson Cavaquinho eram figurinhas fáceis no toca-discos dos meus pais. Isso sem falar nos enredos dos títulos da década de 80, com homenagens a figuras tão bacanas quanto Braguinha e Carlos Drummond de Andrade.

Daí em diante, em maior ou menos escala, perto ou distante, no Sambódromo ou pela TV, sempre torci — sem fanatismo — pela Estação Primeira. Via nos anti-mangueirenses o mesmo ranço que caracteriza os anti-flamenguistas, que sentem prazer muito maior em ver a desgraça do Flamengo do que no triunfo de seus respectivos clubes.

Já naquela época apreciava a fidelidade dos foliões da verde-rosa que não trocam de escola como trocam de camisa. A Mangueira valoriza suas tradições — nela não se vêem as "atrizes/modelos" que infestam a maioria das demais Escolas, ano sim, outro também.

Continuo gostando de rock. Ouço o ano todo — mesmo durante o carnaval. Em muitas ocasiões, metido em viagens, sequer fiquei sabendo o que acontecera na Sapucaí. O fato é que quando ouço a voz de Jamelão na avenida, não tem jeito. Emociona.

Em tempo: é campeã !!!


 
Quarta de cinzas

Passado meio-dia de quarta, inevitável não lembrar de uma música do Los Hermanos:

Todo o carnaval tem seu fim ( Marcelo Camelo )

Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia, ainda de pé, o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é dada com fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer pra ver deitar o novo

Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
É o fim

- Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !


Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco?
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
- "Pra que mudar?"
- Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz!


domingo, fevereiro 10, 2002
 
BBB: TV Globo peca na edição e roteiro do programa

Editar é fazer escolhas. E as da Globo, definitivamente, não têm sido as melhores na produção do BBB.

Desnecessário repetir críticas feitas à exaustão ao conceito do programa. À artificialidade dessa pretensa realidade. Ao elenco sem nuances. Ou, ainda, à perfomance constrangedora da dupla Pedro Bial/Marisa Orth.

O programa está aí. Queiramos ou não, ele é assunto. E o que vai diariamente ao ar não explica nada, não atrai, não seduz. Por isso fiquei surpreso ao ver o compactão exibido domingo à tarde pelo Multishow ( canal da TV paga da Globosat) .

Releve, por favor, tudo de ruim no BBB. O Multishow apresenta uma edição simples, linear, na qual a narração costura as cenas, pontuadas aqui e ali por depoimentos. Resultado: o programa ficou redondinho, correto e — melhor — sem ocultar conversas relevantes para a compreensão das possíveis alianças e intrigas na casa. Assim, o telespectador conhece um pouco mais da personalidade de cada um dos brothers. Na Globo fica difícil para o público criar qualquer espécie de identidade com os participantes.

Como entretenimento, o BBB não deixa de ser uma novela. Como entender, então, que a emissora do plim-plim, cujo know-how em teledramaturgia é indiscutível, possa produzir um programa tão mal feito ?

Roteirista. Procura-se, com urgência, um roteirista !



sábado, fevereiro 09, 2002
 
Fique de olho ao comprar no supermercado

Goste ou não, o supermercado faz parte da sua vida. Da minha, quase que diariamente. Moro perto — muito perto, por sinal — de um deles; dia sim, outro também, vou buscar algo lá. Pode ser pão, leite ou uma bandeja de bife. Queijo, repelente ou uma garrafa de vinho argentino. Sempre há algo faltando. E a própria comodidade de ter uma loja a poucos passos, aberta até 10 da noite, de domingo a domingo, torna irrelevante qualquer lacuna na despensa.

Por fazer tantas compras esporádicas e pequenas, e pelo hábito irremediável de olhar bem o preço de cada produto, descobri algo absurdo. Que o mercado em questão, voluntariamente ou não, provavelmente embolsa o dinheiro de clientes desavisados ou complacentes. Falo do Mercadorama, vinculado ao Sonae, empresa de capital português, sediada em Porto Alegre, e dona do hiper Big.

Explico. Semana passada fiz uma compra de seis itens. Isso mesmo: seis itens. E dois deles ( 33%) exibiam na prateleira um preço bem inferior ao registrado pelo leitor ótico. Se eu não percebesse, não reclamasse, não comprovasse que tinha razão, voltando às gôndolas, teria que pagar R$ 1,60 a mais no total. Parece pouco ?

No dia seguinte, fui buscar um filtro de café e outros três produtos. Na caixa, o filtro Melitta custava R$ 0,52 a mais. Novamente o ônus da prova coube a mim. Lá fui eu com uma fiscal para comprovar que a gôndola expunha R$ 1,25 e não os R$ 1,77 exibidos na tela. Lembre-se: foram apenas quatro produtos. Um erro em quatro, 25%. Faça o seguinte cálculo: se a cada compra este mercado ganha de R$ 0,50 a R$ 1,60 , como aconteceu comigo, quanto não ganhará por mês ?

As velhas etiquetas, por mais que pareçam um atraso, nunca foram tão necessárias para o consumidor. Quando dizem que o custo com a etiquetagem terá que ser repassado ao consumidor, os mega varejistas apenas estão atacando o ponto fraco da opinião pública.Tïpica chantagem.

Bem alertas, portanto. Como diria um velho personagem do Jô , o gordo-propaganda do Big: " Eles pensam que eu sou palhaço, eles querem me fazer de palhaço, mas eu não sou palhaço ! "


sexta-feira, fevereiro 08, 2002
 
Olivetto e eu

A essa altura você já deve ter pensado que conheço pessoalmente o dono da W Brasil. Não, jamais o encontrei, nem profissionalmente. Tampouco sou publicitário, nem muito menos sequestrável — embora a violência urbana tenha evoluído de tal forma que, hoje em dia, qualquer cidadão, modesto que seja, é potencial vítima de sequestros relâmpagos.

Então: o que há em comum entre Olivetto e este modesto escriba ?

Pouco, não fosse a revelação, surpreendente, da identidade do bando que o manteve 53 dias confinado .

Todos eles, sequestradores/guerrilheiros/criminosos, vêm do Chile, país que corre nas minhas veias miscigenadas.

Filho de mãe chilena e de pai brasileiro, desde criança convivo com a estranheza diante de meu nome, Juan. Dá para contar nos dedos quem o entende de primeira. Tive uma namorada que, vejam só, levou um mês para descobrir que Juan começava com J — e não com R. Erro cometido por 9 entre 10 pessoas que anotam meu nome. Sempre tenho que dizer:
— É com "J" !
— Ah, é Ju-an —, exclamam, pronunciando o nome com o "J" aportuguesado. Irritante.

Mais tarde, quando já estava na faculdade, o assunto Pinochet era recorrente. Sempre gostei de falar de política. Só me aborrecia quando alguém fazia parecer que a tirania fora exclusividade do Chile. Não, que isso !, no Brasil não tivemos nenhuma ditadura sufocante e sanguinária...

Voltando a sequestro. Posso imaginar as piadinhas ou menções irônicas, com as quais terei que conviver sempre que alguém conhecer minhas origens. Vou ter que engolir, claro, com todo bom humor... E, quem sabe, lembrar da morte estúpida de Peter Blake...




quinta-feira, fevereiro 07, 2002
 
O nome do blog

Tarefa complicada a de escolher um título de blog. Não para um weblog qualquer. O seu blog. O meu, no caso.

Pensei em vários. E todos já existiam. Quer um exemplo ? Bla bla bla! Já fora criado. E por um gringo.

Assumi minha falta de imaginação recorrendo a um dicionário... É prazeroso abri-lo sem pressa, sem qualquer urgência, descobrindo ou relembrando palavras. Atimia. Você sabia que atimia é a ausência de manifestações afetivas, comum a esquizofrênicos ?

Pois foi assim, de folha em folha, que cheguei a "estalo".

É esse o nome, pensei. Gostava também de átimo. Mas tinha que escolher e fiquei com a primeira. Que casa bem com o espírito do blog, cujo dono só escreverá quando der o estalo. De estalo.



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