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Crônicas e resenhas. Críticas e elogios. Bom humor e chateações. Visões. Observatório. Pensamentos soltos. De estalo !
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sexta-feira, fevereiro 22, 2002
 
Por tabela

Edmund Settle, psiquiatra norte-americano que veio ao Brasil para vários simpósios de lançamento do anti-depressivo, garante que a medicação da Glaxo funciona. Das mulheres que testaram a substância em pesquisa nos EUA, houve em média uma melhora clínica de 150% !!!

O grupo pesquisado relatou efeitos como excesso de lubrificação vaginal, aumento de desejo pelo parceiro e da freqüência sexual.

Uma espécie de Viagra, será ?

Já imaginaram o que vai ter de farmácias vendendo a medicação sem receita ?

Confira a matéria na Gazeta do Povo



quinta-feira, fevereiro 21, 2002
 
Vizinhos

— Bom dia
— Bom dia
— Bom dia
— Bom dia...
— Bom dia pro sol da manhã
— Bom dia pros homens da terra
— Bom dia irmão ou irmã...
— Bom dia pra quem não faz guerra.


Quem mandou morar justamente no andar superior ao de uma admiradora de Chitãozinho e Xororó ?

Num volume de fazer inveja a fãs adolescentes do Iron Maiden, a dupla sertaneja se esgoela em "Bom Dia", como se falasse ao pé do ouvido : " Acorde desgraçado! Seu sono de sábado acabou ! ".

Sempre que isso acontece, minha mulher não hesita. Põe o CD mais barulhento que temos em casa, aquele album negro do Mettalica, no volume 10. Em questão de minutos os irmãos caipiras se calam no andar de baixo. Isso quando não é um disco da Xuxa. E depois não entendem por que o mundo é tão intolerante.

Para ser franco, nem tive tanto azar assim com vizinhos. Mas houve gente que incomodou.

Lembro-me até hoje, com perfeição, do timbre etílico da voz de um vizinho na Rua dos Araújos, Tijuca, no Rio de Janeiro. Chegava trêbado o homem, quase arrastado. Quando isso acontecia, o pinguço dedicava um vastíssimo repertório de palavras educadas e edificantes à filha, uma moça na flor da idade que gostava de sair, namorar e curtir a vida. Como todas de sua geração.
— Pirannnnnnnnnnnnnnnnnnnha — ouvia-se em decibéis acima do tolerável.

Sim, este era o adjetivo mais suave. Difícil mesmo foi conter as gargalhadas quando ele brindou a esposa dele com um sonoro "Chefe das piranhas". Ela ficou brava comigo. Fazer o que ? Foi engraçado. Podia ter cara de qualquer coisa a coitada. Menos de dona de puteiro.

Outra história engraçada é a de um vizinho 171, num outro prédio do Rio, que, para aplicar pequenos golpes como pedir dinheiro emprestado e jamais devolver, dialogava num clima de cumplicidade:
— Cuidado. As paredes têm ouvidos — sussurrava o cara-de-pau.

Cada edifício tem sua história. Onde tem criança, cuidado. Certa vez sobrou para o parabrisas do carro, trincado. A bola de gude mais cara que já conheci: R$ 110.

Bola me faz lembrar de certa síndica, que proibiu futebol no playground quando eu ainda achava que podia ser um craque.

Foi uma das primeiras pessoas que odiei nessa existência. Vizinhos...



 
Maggi ou Knorr ?

Sopas de envelope parecem ter sido criadas para Curitiba.

Itens de primeirísisma necessidade numa capital de clima (às vezes ) nada civilizado. Rebelde, eu diria.

Não que o autor seja um zero à esquerda na cozinha. Tenho lá uma modesta intimidade com panelas e temperos.

No cair de uma noite fria e chuvosa, como a de hoje, tudo que suas estranhas pedem não é um suculento filé acebolado ou uma lasanha. É mesmo uma porção saborosa de água quente.

Problema solucionado com louvor por essa bendita invenção, as sopas da Knorr. Ou seriam da concorrente Maggi ?

Pouco importa — o creme de batata mandioquinha desceu bem, obrigado.



terça-feira, fevereiro 19, 2002
 
Atílio Borón, entrevista imperdível na Globonews

Quem tem NET não deve perder o "Milênio" desta semana, pela Globonews.

O programa traz uma entrevista com o argentino Atílio Borón, cientista político que faz uma precisa análise do desmoronamento do modelo neo-liberal na América Latina.

Confira aqui as reexibições programadas pela emissora.



segunda-feira, fevereiro 18, 2002
 
Verão estranho

Curitiba é uma cidade pacata, apesar do 1,5 mil de habitantes que fazem dela a mais populosa urbe do Sul. As maiores surpresas e agitações vêm mesmo do clima, absolutamente imprevisíveis para um carioca que chegou há poucos meses.

Agora mesmo, enquanto escrevo, sopra um ar frio, gelado, por cima do teclado. O ar-condicionado, vale a ressalva, não está ligado. Aliás, nem sei porque trouxe meu novo Springer. No Rio, o famigerado racionamento do FH fez de muitas noites de sono um inferno. Aqui, nem senti vontade de instalar o aparelho — quase um supérfluo na capital do Paraná. Penso seriamente em anunciá-lo. Aceito ofertas.

Dias antes do carnaval, acredite, tive que vestir uma encorpada meia de lã, comprada num Chile invernal. A coberta teve que ser duplicada. O seletor do chuveiro foi alterado.

Desculpe-me. Do jeito que exponho as coisas, os (poucos) leitores deste blog vão concluir, erroneamente, que calor é uma sensação térmica inexistente nestas plagas. Que nada ! É claro que faz calor. Para os curitibanos.

— Como está quente — sofrem. Tradução: uma agradável tarde de sol.

Sol muito parcimonioso, por sinal. Na cidade de Paulo Leminsky, a grande estrela dourada é a antítese do exibicionismo típico desses tempos de BBB e Casa dos Artistas. Veio conhecer Curitiba no verão e foi brindado com uma semana sem céu nublado ? Rápido, corra para a primeira lotérica e jogue na Supersena. Suas chances de ficar milionário são grandes.

Com o passar do tempo, entretanto, sinto uma gradual empatia pela marca registrada da cidade, o céu gris. Outro dia, lá pelas sete da noite, fui espectador de um arco-íris simplesmente cinematográfico. O contraste com nuvens cinzentas tinha um quê de surrealismo e dramaticidade. Foi um dia em que raios de sol e gotas de chuva disputavam furiosamente o seu lugar na terra das Araucárias.

Verão estranho, esse. Já viu o que me espera nas próximas estações. Quando me perguntam se estou me adaptando à cidade, alguns paranaenses costumam alertar, com uma ponta de sadismo:

— No inverno é que você vai ver.



 
Tarantino e os Delfonics

Jackie Brown é uma obra menor na filmografia de Quentin Tarantino e, ainda assim, ou por isso mesmo, muito acima da média do que se vê nos cinemas. Aproveitei para revê-lo sábado, na Globo, enquanto preparava uma dessas sopas de saquinho. Filme de qualidade na Rede Globo, aos sábados, é artigo raríssimo — mais incomum que gente bronzeada em Curitiba.

Nem me recordava dos detalhes do filme mas tinha vontade de rever pelo menos uma cena, aquela em que fomos apresentados, eu e a personagem de Robert Foster, ao Delfonics.

Filmes de Tarantino são um compêndio de citações. O cineasta costuma criar cenas e diálogos inusitados sobre nomes que contam com sua admiração e caíram no ostracismo, caso dos Delfonics, um grupo de muito sucesso na virada dos anos 60 para os 70. "Didn't I blow yor mind", que alcançou o topo da parada da Billboard e vendeu 1 milhão de cópias, foi a canção usada pelo diretor para sinalizar a contida paixão do detetive interpretado por Foster pela voluptuosa Jackie Brown, uma comissária de vôo que usa o ofício para lavar dinheiro de um traficante de armas.

Quando assisti a Jackie Brown pela primeira vez, o nome Delfonics ficou gravado na minha memória como um arquivo .doc num HD estável. Cheguei a procurar, sem muito êxito, o soundtrack em várias lojas. A curiosidade só foi saciada pela web.

Para quem baixar Mp3 dos afinadíssimos Delfonics, recomendo :

1- Just my Imagination ( Running away of me)
2 - Oh Girl
3 - Didn't I blow yor mind ( This Time)

Quem quiser ver alguma foto dos Delfonics ( que figuras!).
Para conhecer a discografia, nada melhor que o Amazon



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