Estalo

Crônicas e resenhas. Críticas e elogios. Bom humor e chateações. Visões. Observatório. Pensamentos soltos. De estalo !
Mail





Meus outros blogs
Sempre Flamengo

Dias Impares
This page is powered by Blogger. Isn't yours?
sábado, março 02, 2002
 
A Odisséia de Ulisses

Sábado assisti em casa ao Oh my brother, where are you, dos irmãos Coen.

Sim, eu sei que o filme estreou nos cinemas no ano 2000 e chegou às locadoras no ano passado.

É que eu sou assim mesmo. Tem filmes que levo um tempão para ver, como Beleza Roubada, de Bertolucci. E outros que vejo logo na pré-estréia, caso de Dinheiro Queimado. Bom, só pude ver essa excelente produção argentina porque no final do ano me encontrava no Rio — Plata Quemada ainda não deu as caras nas três salas do circuito de arte curitibano. Mas esse é outro papo.

Voltando ao filme dos Coen.

E aí meu irmão, onde está você? é um samba do crioulo doido referencial. Os irmãos Coen misturaram a mitológica Odisséia de Ulisses, de Homero, com alguns mitos da história americana — Robert Johnson, por exemplo. Reza a lenda que o homem vendeu a alma ao diabo para ser o melhor bluesman. E as referências são muitas. O mesmo Johnson foi encontrado pelos três fugitivos logo aonde : numa encruzilhada !

O cíclope aparece na figura de um caolho John Goodman, que, nas horas vagas, participa de rituais da KKK mandando negros para a fogueira.

Outra referência à Odisséia é a presença das Sereias, enfeitiçando nossos anti-heróis, e a busca de Clooney, o Ulisses dos Coen, pelo reatamento com a esposa ( a Penélope de Ulisses). Tudo contado em tom de farsa, de comédia de erros. O resultado é um filme abaixo do padrão dos Coen mas muito superior a 95 % do cinema made in US.

É interessante pensar como uma mesma história pode inspirar produções cinematrográficas tão distintas. Ganha um doce quem advinhar a referência do sombrio e lancinante "Um olhar a cada dia", filme cabeça do grego Theo Angelopoulos.




 
O que odeio em Curitiba ?

Há semanas que me faço tal pergunta.

Sem resposta, até agora.

Não que ela tenha surgido do nada, de uma insatisfação qualquer-contra-qualquer-coisa. Nem é efeito de um surto agudo de saudades do Rio de Janeiro, onde nasci e me criei.

Quem propõe a questão é Eduardo Fenianos, o Urbenauta. Seu site promove um concurso de fotografias justamente com esse tema. Fenianos, um inquieto jornalista, realizou em 1997 a proeza de percorrer todas as ruas de Curitiba. O projeto rendeu uma bela coleção de livros sobre os bairros da capital ecológica. No ano passado, o paranaense fez uma expedição similar em São Paulo.

E você, Juan, já descobriu alguma coisa traduzível em imagens que mereça sua ira ?

Ainda não. Cheguei a Curitiba há poucos meses. E a cidade até agora não me despertou reações extremas, de amor e ódio, como as que sentia no Rio ao admirar suas praias, lagoas e montanhas dentro do carro, impotente, dentro de um gigantesco engarrafamento.

De Curitiba gosto de sua tranquilidade e invejável palnejamento urbano. De suas araucárias e clima ameno. De sua vida organizada. Não gosto dos espigões que riscam o horizonte e do frio gelado em pleno janeiro. Do bairrismo e da falta de notícias palpitantes e curiosas nas páginas de jornais. Da sensação de que é tudo muito certinho e arrumadinho. Contraditório, não?

Está perto do fim o prazo para entrega de trabalhos.

Um tema, por favor !



quinta-feira, fevereiro 28, 2002
 
Desculpem nossa falha

A competente — e normalmente sóbria — Lilian Witte Fibbe protagonizou momento absolutamente hilário em seu telejornal na web.

Para conferir a cena, que foi ao ar dia 22, é preciso o programa Real Player.

Abra aqui, avance até os 4'20'' e ria para valer com a Lilian — ou dela.

Quem me bateu a bola é o jornalista Marcos Lavieri.

 
Aleluia

Até que enfim!

Vitória do Flamengo melhora qualquer humor.





terça-feira, fevereiro 26, 2002
 
Ponto Vírgula

Jornal Nacional de ontem: A prisão de Andinho dá ponto final a uma carreira de crimes.

Ponto final ??????????????

Levando em conta a fragilidade/porosidade do sistema carcerário brasileiro...



segunda-feira, fevereiro 25, 2002
 
Cadê o sinal sonoro ?

— Bota na cara, bota no rosto, bota onde quiser !

Foi ao ar na TV Globo agora há pouco, nas vozes de dois big brothers.

Perto desse funk, "Tapinha não dói" parece canto gregoriano...




 
Belos e disformes

Fulano é um belo jogador.

Das muitas frases feitas do mundo da bola, poucas me aborrecem tanto quanto essa.

Chega a ser uma ironia. Num meio essencialmente masculino e machista, nenhum jogador é bom, ótimo, formidável, espetacular. Ele é belo.

Aparentemente tola, a idéia desse post surgiu há pouco ao ler o Plantão do Globo Online. No informe, vi a justificativa do presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, para não mexer no comando técnico da equipe.

— O João Carlos é um belo treinador e acredito no seu trabalho — declarou.

Engana-se quem achar que o adjetivo é exclusividade de gente sem qualquer preparo acadêmico. A palavra é figurinha fácil no vocabulário de cronistas e jornalistas esportivos.

Tudo bem, alguém dirá que a palavra também denomina aquilo ou aquele que desperta sentimento de admiração e de prazer.

O uso indiscriminado do adjetivo, atribuído a jogadores nem um pouco privilegiados pela natureza, continua a ser um desses mistérios insondáveis do mundo do futebol.



domingo, fevereiro 24, 2002
 
Zilda Arns

" O voluntário está dentro da gente, o que falta é ser despertado"

"A gente não precisa de Zildas, mas de lideranças comunitárias capacitadas. Estas são as pessoas mais importantes para transformar o Brasil"

" É difícil ganhar o prêmio Nobel com atitudes que promovam a paz. É mais fácil, depois que o desastre acontece [ refere-se aos atentados de 11/09/01] , premiarem os que conseguem restringir a violência, apesar de ter custado tantas vidas"


Entrevista completa com a idealizadora da Pastoral da Criança na edição 1 do PASQUIM 21 .



<